Rio das Ostras, 17 de janeiro de 2008
Por Leonardo Necco
Fiscais de postura da prefeitura de Rio das Ostras apreenderam cópias do manifesto ambiental assinado pelo deputado estadual e ex-prefeito de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino, próximo à Lagoa de Iriry, no último domingo, 13 de janeiro. O deputado registrou ocorrência na 128ª DP, na qual declara que o ato fere a lei nº 5.250, sobre a liberdade de manifestação do pensamento e da informação. No manifesto, distribuído em vários pontos da cidade, Sabino critica o descaso com que a prefeitura tem atuado em relação à lagoa, o que seria um dos motivos para o seu transbordamento na semana passada.
A justificativa para o confisco do manifesto, segundo os autos de infração e de apreensão da prefeitura nº 156 e 416, respectivamente, é o decreto-lei municipal 122/06, que dispõe sobre a concessão de licença ou autorização para o funcionamento de estabelecimento comercial.
De acordo com Sabino, o ato demonstra o autoritarismo das pessoas que estão administrando a prefeitura. "Voltamos ao tempo da ditadura? Não estávamos distribuindo material comercial. É um manifesto ambiental. O que a prefeitura está tentando fazer é censura. Essa medida é comum aos que têm medo do debate de idéias", ressaltou, indignado.
Segundo a prefeitura, no último dia 9, por conta do grande volume de chuvas no período, a Lagoa de Iriry rompeu a barra de areia que a separa do mar e invadiu a praia. No comunicado à imprensa, a diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mônica Linhares, destacou que o fato seria um fenômeno natural, com vantagens ao ecossistema, como a renovação da água e o desassoreamento da lagoa. Ela destacou, ainda, que o fluxo da água do mar para a lagoa também renova a vida aquática.
Em seu manifesto intitulado "Vamos salvar a Lagoa de Iriry", o deputado estadual acusa as autoridades de negligência com um dos mais importantes pontos turísticos da cidade. Sabino afirma que os esforços e cuidados que teve sua administração à frente da prefeitura, foram transformados em desrespeito.
"A criação da APA do Iriry em 2003 representou um avanço na legislação municipal de preservação do meio ambiente. Hoje, não existe sequer a placa que indicava o local como área de proteção. (...) Precisamos nos unir para proteger um bem que vem sendo poluído pela drenagem das ruas, degradado pelo descaso e tratado como área de especulação", diz o manifesto.
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