sábado, 19 de abril de 2008

Bate-papo com o ginasta Diego Hypólito

Por Léo Ramos

Aos 21 anos de idade, Diego Hypólito tem grandes chances de conquistar, em julho, em Pequim, a primeira medalha olímpica para a ginástica brasileira. O atual campeão mundial do solo esteve em Rio das Ostras, no último dia 20, para participar do Ciclo de Palestras Democracia e Cidadania, promovido pela ONG Sopro de Vida.

Acompanhado dos nadadores Fernando Scherer, o Xuxa, e Raphael Thuin, e do deputado estadual e ex-prefeito do município, Alcebíades Sabino, Diego mostrou-se solicito com os fãs, que, a todo o momento, o paravam pedindo autógrafos e fotos.

Durante o almoço, batemos um papo descontraído. Diego falou sobre o sonho de disputar as olimpíadas, a carreira e o seu futuro. Confira os melhores momentos deste bate-papo:

Vida de atleta
Comecei aos sete anos, é uma rotina muito dura. A vida de atleta exige muitos sacrifícios, mas compensa. Ganhar uma medalha ou um título é uma emoção indescritível.

Carreira
Sou muito novo. O ápice de um ginasta é na faixa de 28 anos. Até os 34 anos ainda dá para disputar em nível competitivo. Espero conquistar muita coisa ainda.

Treinamentos e Juízes
Tenho me dedicado a treinar basicamente para o salto e o solo, em que tenho chances reais de conquistar medalhas, mas vou disputar todos os aparelhos. Os juízes tendem a valorizar, mesmo que inconscientemente, os atletas que participam de todos os aparelhos. Eles podem achar que quem participa de apenas um ou dois tem o trabalho mais fácil.

Confiança
Se conseguir executar o meu exercício no solo, dificilmente deixo de conquistar uma medalha, com grandes possibilidades de que seja de ouro.

Mudança de piso
A mudança da marca do piso não deve afetar tanto. O piso é ótimo. Eu prefiro disputar em pisos que não sejam tão bons, pois tenho facilidade de me adaptar e de executar os movimentos em qualquer piso.

Adversários
Meus principais adversários são o romeno Marian Dragulesco e o chinês Wei Yan. O Dragulesco é experiente, tem 28 anos, já o chinês é mais novo do que eu, tem 19, ele é uma incógnita. A China é uma grande escola na ginástica.

Daiane dos Santos
A pressão sobre a Daiane na última Olimpíada era grande, mas a culpa por ter perdido a medalha foi dela e do técnico. Ela tentou um movimento que não tinha treinado tanto e errou. Isso não existe. Tem que se treinar o ano inteiro para executar um movimento em uma competição como os jogos olímpicos. Eu não disputarei nenhuma competição até abril para participar dos jogos.

Ginástica feminina em Pequim
A Jade (Lima) tem boas chances de conquistas em Pequim. Apesar de jovem, ela é muito talentosa. A Dani (Hypólito, irmã de Diego) tem chances na trave e a Daiane no solo.

Pressão
Sei que há muita pressão. Todos esperam que eu conquiste a medalha de ouro, mas vejo esta situação de forma positiva. Ganhei medalhas em três mundiais seguidos (dois ouros e uma prata). Isto me dá segurança. Se esperam o ouro de mim é porque acreditam no meu trabalho.

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