quarta-feira, 30 de abril de 2008

Da série: bobagens que o povo fala

Medicina: Professor da Ufba diz que baianos têm baixo Q.I
Publicada em 30/04/2008 em O Globo Online

RIO e SALVADOR - O coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Antônio Natalino Manta Dantas, justificou o baixo rendimento dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) como consequência do 'baixo Q.I - Quociente de Inteligência - dos baianos'.

Antônio fez a declaração na manhã desta quarta-feira, em entrevista a uma rádio de Salvador. Os alunos de Medicina da Ufba obtiveram conceito 2 no Enade e, por isso, o curso entrou na lista dos 17 que serão supervisionados pelo Ministério da Educação.Todos os cursos reprovados tiraram 1 ou 2 pontos, numa escala que vai até 5. No total, 103 cursos em instituições públicas e privadas foram avaliados. A lista dos cursos reprovados foi divulgada nesta terça-feira.

"O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais, não conseguiria"

O reitor da Ufba, Naomar Almeida, garantiu que a instituição adotará 'medidas firmes' com o professor. Ele, no entanto, não pôde adiantar o que, de fato, será feito.

Ainda de acordo com declarações feitas por Antônio Natalino, o suposto baixo Q.I dos baianos é hereditário e verificado por quem convive com eles. O professor ainda acrescentou:

- O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais, não conseguiria.

Disse ainda que berimbau é instrumento de quem tem 'problemas cognitivos'. O diretor da Faculdade de Medicina, José Tavares Carneiro Neto, discorda das declarações do coordenador do curso. Ele admite as dificuldades da faculdade, mas disse que desde 2004 vem lutando para resolver os problemas.

O professor Antônio Natalino não foi encontrado para explicar as declarações. O reitor Naomar Andrade acrescentou que, como educador, lamenta profundamente que a universidade tenha uma pessoa com tais pensamentos fazendo parte da instituição.

- A Ufba, primeiramente, deve analisar as raízes dos problemas que provocaram o mal desempenho e não atribuir as falhas aos alunos ou à população, como fez o professor Antônio - disse Naomar.

Bahia tem três instituições na lista do MEC

A Faculdade de Medicina da Bahia (Fameb), ligada à Ufba, faz companhia a outras três instituições federais de ensino superior, todas do Norte e Nordeste, que tiveram conceitos 1 ou 2 no Enade e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que compara o desempenho de calouros e formandos. Assim como o curso oferecido pela Fameb, os das universidades federais do Amazonas (Manaus), Pará (Belém) e Alagoas (Maceió) receberão acompanhamento do MEC no processo de saneamento e "recursos adicionais, se necessário, para superação das deficiências, sem prejuízo da apuração de responsabilidade de seus dirigentes", informou o ministério.

Na lista dos cursos avaliados pelo MEC constam ainda os oferecidos por outras duas instituições baianas: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc/Ilhéus). Enquanto a faculdade privada da capital obteve conceito 3 no Enade (sem conceito no IDD), a pública do sul do estado alcançou 4 no Enade e 3 no IDD. Os 11 primeiros cursos da lista, em qualidade, são de entidades públicas.

O comunicado oficial às 17 faculdades responsáveis pelos piores resultados será encaminhado por carta, no início da próxima semana. A comissão de avaliação da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) cobrará das instituições um diagnóstico que justifique o fraco desempenho do curso e medidas para sanar as deficiências identificadas.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Imposto de Renda 2008: amanhã é o último dia para declaração


Este post é só para lembrar que amanhã, dia 30 de abril, é o último dia para declarar o imposto de renda de pessoa física. O site da Globo traz um excelente guia para ajudar quem tem dúvidas. Clique aqui para baixar o programa da Receita Federal.

Que fase, Ronaldo!

Foto: globo.com
Por Leonardo Necco

Ronaldo sempre foi motivo de admiração pelas suas atuações dentro das quatro linhas e pelas suas conquistas dentro de quatro paredes. Se para voltar aos gramados, o fenômeno luta contra a 126ª contusão da carreira e tenta se recuperar da péssima imagem deixada pela pífia atuação na Copa do Mundo da Alemanha, fora dele, Ronaldo deu uma imensa pisada na bola. Para comemorar a vitória do seu Flamengo sobre o Botafogo, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca, o jogador contratou, por engano, segundo sua versão, três travestis.

Uma das travestis reclama de calote e acusa Ronaldo de tê-la pe
dido para comprar drogas. O jogador nega o uso de drogas e diz que contratou as “meninas” por engano. Segundo o atacante, a travesti Andréia Albertine teria tentado extorqui-lo, pedindo R$ 50 mil para não tornar a história pública. O delegado que investiga o caso, Carlos Augusto Nogueira, abriu um registro de ocorrência baseado em ameaça de lesão corporal (pois Ronaldo teria ameaçado agredir os travestis, o que acabou não acontecendo) e ameaça de extorsão.

Ao que tudo leva a crer, e segundo o próprio delegado, o jogador fala a verdade. Mas cá entre nós, Ronaldo já marcou gols muito mais bonitos.


A travesti Andréia Albertine mostra, literalmente, os documentos de Ronaldo
Foto: globo.com

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A simplicidade de Joel

Por Leonardo Necco

Sem laptops, nem táticas mirabolantes, Joel Santana pertence a uma espécie, cada vez mais, em extinção. Apesar dos inúmeros títulos conquistados, Joel é relegado ao segundo escalão dos técnicos brasileiros pela mídia especializada, principalmente, a paulista. O técnico rubro-negro sofre o preconceito, por quem esquece dos inúmeros serviços prestados ao futebol brasileiro e, principalmente, ao carioca.

Joel não é afeito aos discursos de auto-ajuda que estão na ponta da língua de nove em dez técnicos brasileiros. Natalino, no melhor estilo "paizão", por onde passa ganha o respeito dos elencos que comanda. É uma figura querida e divertida do futebol.

Tenho uma série de ressalvas ao técnico rubro-negro. Sua armação defensiva irrita quem gosta do futebol bem jogado. A falta de ousadia "dá nos nervos" dos torcedores dos times que comanda. No entanto, basta dar uma olhada no extenso currículo do “Sr. Estaduais” para saber que ele merece respeito. Sem falar que, segundo Romário, é o melhor técnico com quem ele já trabalhou no Brasil.

E mais, Joel se identificou muito com o Flamengo. Seu bom trabalho poderia render uma inédita libertadores, um dos poucos títulos que faltam a Joel. Então, Joel seria ovacionado para sempre pela torcida rubro-negra. Estaria no patamar de Zi... aí já é demais, até para você Natalino.

Não dá para dizer não ao comando de uma seleção que vai disputar uma Copa do Mundo. Parabéns Joel! Boa sorte.


Reproduzo, abaixo, o artigo retirado do blog do Lédio Carmona sobre a ida de Joel para o comando da seleção africana.

Prancheta internacional
Joel Santana merece ficar um pouco mais rico e ter o prazer de comandar uma seleção na Copa do Mundo. Vai ganhar algo em torno de 200 mil dólares por mês (perto de 400 mil reais), usufruir de 1001 mordomias em Johanesburgo, fazer intercâmbio com a comunidade internacional do futebol e, claro, treinar a África do Sul, país-sede do Mundial-2010 e que traz ao treinador a única responsabilidade de se classificar para a segunda fase. Se não conseguir será um fracasso. Se cumprir a missão, estará consagrado, ainda mais valorizado, amigo de Nelson Mandella e ficar ainda mais milionário.

Não sou fã de carteirinha de Joel Santana. Acho que ele deveria estudar um pouco mais, ser um pouco mais estudioso e curioso em relação aos adversários e um pouco mais ousado taticamente. Mas entendo e aprovo a indicação de Carlos Alberto Parreira para que Mr.Prancheta o substitua na África do Sul.

A fraca seleção africana não precisa de pose. Precisa de alguém que queira arregaçar mangas e trabalhar. Joel Santana é assim. Vários burocratas europeus, candidatos ao cargo, fracassariam na tarefa e, de quebra, ganharam bem menos na vida do que Joel. Por sinal, como tem impostor e enganador que vive treinando seleções do segundo escalão em Copa do Mundo. Mas esse é outro ponto.

Joel é melhor do que essa turma. Merece. Se é para fazer alguém ficar bem de vida, que seja premiado um trabalhador gente-boa e vitorioso como Joel Santana. De profissional marrento e sem conteúdo, apenas com embalagem bonita, o futebol já está cheio. Aproveita, Professor. Curta a Copa do Mundo. É uma chance única.

E o Flamengo que pense muito bem no nome do substituto de Joel Santana após as finais do Estadual. Não será nada fácil. As opções são mínimas. E entediantes.

Com o toque do papai Joel

A estrela de Joel brilha mais uma vez
Foto: globo.com

Por Leonardo Necco


A vitória do Flamengo no primeiro jogo das finais do Carioca de 2008 premiou a ousadia (quem diria?) de Joel Santana. Depois de um primeiro tempo chato e com muitas faltas, o técnico mudou o rumo da partida na segunda etapa, com duas alterações: Diego Tardelli e o predestinado Obina. Em campo, eles foram, junto com Léo Moura, os protagonistas do triunfo rubro-negro, que teve Joel como grande destaque.

O gol da partida nasceu de um contra-ataque mortífero. Léo Moura roubou a bola de Eduardo e encontrou Diego Tardelli livre na direita. O atacante invadiu a área e ro
lou para Obina, que só teve o trabalho de mandar a bola para o fundo das redes.

Foto: lancenet
- O predestinado: Obina, mais uma vez, mostrou que decisão é com ele. Longe de ser craque, Obina é um lutador. Aquele tipo de atacante que acredita em todas as bolas e incomoda o zagueiro o tempo todo. Além do mais, é uma figura folclórica, com a cara do Mengão.

- O predestinado II: outro que tem se mostrado decisivo na reta final é o atacante Diego Tardelli. Na decisão da Taça Guanabara, ele fez o golaço que deu o título ao Flamengo contra o mesmo Botafogo. Hoje, mostrou velocidade e fez um passe de quem sabe. Pena que a cabeça é miudinha.

- Dia de vilão: Por muito pouco o jovem Eduardo não foi o herói da partida. Aos 28 minutos, ele driblou dois marcadores e deslocou Bruno com um belo toque. A bola, caprichosamente, acertou a trave. Cinco minutos depois, ele trocou de papel. Ao tentar driblar Léo Moura, perdeu a bola que deu origem ao contra-ataque que terminou no gol da vitória rubro-negra. Apesar da vacilada, é preciso preservá-lo. E Cuca sabe disso.

- Dia de herói: foi Cuca quem apoiou o goleiro Renan após a péssima estréia contra a Portuguesa, pela Copa do Brasil, na quarta-feira. O garoto correspondeu e fez uma excelente partida. Foi, ao lado de Lúcio Flávio e Wellington Paulista, o destaque da equipe alvinegra. Com direito a uma brilhante defesa na finalização do Souza, à queima roupa.

- Ainda dá: O Botafogo até que jogou bem, mas se ressentiu dos titulares, principalmente, da velocidade de Jorge Henrique e do apoio consistente de Alessandro pela direita. A derrota para o Flamengo, contudo, não é o fim do mundo. Basta lembrar que o último jogo foi 3 a 0 para o time de General Severiano. Com a volta de Jorge Henrique, Cuca ganhará mais uma opção na frente. Apesar do resultado adverso, ainda aposto no Botafogo de Cuca.

Foto: Globo.com
- Melhor do Rio: o técnico do Botafogo tem mostrado durante todo o campeonato que é o melhor técnico do Rio. A regularidade do Botafogo impressiona. Na derrota de hoje, o time mostrou personalidade e fez um jogo muito disputado com o flamengo. Se saísse do campo com a vitória, não seria nenhuma injustiça. Além de montar um esquema tático eficiente e ter o grupo na mão, o técnico consegue extrair o máximo de rendimento dos seus jogadores. Hoje, como no ano passado, o Botafogo joga o futebol mais bonito do Rio. Mas isso não basta. É preciso títulos.

- Diferença: o maior obstáculo para o Botafogo no ano passado foi o fator emocional. Este ano, o time parece mais centrado, ainda mais depois do episódio do “chororô”, na final da Guanabara. A dúvida é: como esse time vai reagir se perder o título?

- Homens de preto:
em tempo, boa atuação do árbitro Gutemberg de Paula Fonseca e de seus auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas e Wagner de Almeida Santos. Desta vez, não teve "chororô".