segunda-feira, 28 de abril de 2008

A simplicidade de Joel

Por Leonardo Necco

Sem laptops, nem táticas mirabolantes, Joel Santana pertence a uma espécie, cada vez mais, em extinção. Apesar dos inúmeros títulos conquistados, Joel é relegado ao segundo escalão dos técnicos brasileiros pela mídia especializada, principalmente, a paulista. O técnico rubro-negro sofre o preconceito, por quem esquece dos inúmeros serviços prestados ao futebol brasileiro e, principalmente, ao carioca.

Joel não é afeito aos discursos de auto-ajuda que estão na ponta da língua de nove em dez técnicos brasileiros. Natalino, no melhor estilo "paizão", por onde passa ganha o respeito dos elencos que comanda. É uma figura querida e divertida do futebol.

Tenho uma série de ressalvas ao técnico rubro-negro. Sua armação defensiva irrita quem gosta do futebol bem jogado. A falta de ousadia "dá nos nervos" dos torcedores dos times que comanda. No entanto, basta dar uma olhada no extenso currículo do “Sr. Estaduais” para saber que ele merece respeito. Sem falar que, segundo Romário, é o melhor técnico com quem ele já trabalhou no Brasil.

E mais, Joel se identificou muito com o Flamengo. Seu bom trabalho poderia render uma inédita libertadores, um dos poucos títulos que faltam a Joel. Então, Joel seria ovacionado para sempre pela torcida rubro-negra. Estaria no patamar de Zi... aí já é demais, até para você Natalino.

Não dá para dizer não ao comando de uma seleção que vai disputar uma Copa do Mundo. Parabéns Joel! Boa sorte.


Reproduzo, abaixo, o artigo retirado do blog do Lédio Carmona sobre a ida de Joel para o comando da seleção africana.

Prancheta internacional
Joel Santana merece ficar um pouco mais rico e ter o prazer de comandar uma seleção na Copa do Mundo. Vai ganhar algo em torno de 200 mil dólares por mês (perto de 400 mil reais), usufruir de 1001 mordomias em Johanesburgo, fazer intercâmbio com a comunidade internacional do futebol e, claro, treinar a África do Sul, país-sede do Mundial-2010 e que traz ao treinador a única responsabilidade de se classificar para a segunda fase. Se não conseguir será um fracasso. Se cumprir a missão, estará consagrado, ainda mais valorizado, amigo de Nelson Mandella e ficar ainda mais milionário.

Não sou fã de carteirinha de Joel Santana. Acho que ele deveria estudar um pouco mais, ser um pouco mais estudioso e curioso em relação aos adversários e um pouco mais ousado taticamente. Mas entendo e aprovo a indicação de Carlos Alberto Parreira para que Mr.Prancheta o substitua na África do Sul.

A fraca seleção africana não precisa de pose. Precisa de alguém que queira arregaçar mangas e trabalhar. Joel Santana é assim. Vários burocratas europeus, candidatos ao cargo, fracassariam na tarefa e, de quebra, ganharam bem menos na vida do que Joel. Por sinal, como tem impostor e enganador que vive treinando seleções do segundo escalão em Copa do Mundo. Mas esse é outro ponto.

Joel é melhor do que essa turma. Merece. Se é para fazer alguém ficar bem de vida, que seja premiado um trabalhador gente-boa e vitorioso como Joel Santana. De profissional marrento e sem conteúdo, apenas com embalagem bonita, o futebol já está cheio. Aproveita, Professor. Curta a Copa do Mundo. É uma chance única.

E o Flamengo que pense muito bem no nome do substituto de Joel Santana após as finais do Estadual. Não será nada fácil. As opções são mínimas. E entediantes.

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